Descobri a Luana por acaso no mundo "instagramático" e já comecei à seguir a moça por ter visto que ela é tatuadora. Logo depois me encantei por ver que ela tatua no studio de Bingha, e todo baiano que goste de tatuagem que se preze, com toda certeza sabe quem é Bingha! E pra me deixar mais encantada ainda, descobri que Luana é nada mais nada menos que FILHA dele!
Entrei em contato com ela e muito simpática que é, Luana nos cedeu uma pequena entrevista contando as desventuras que é ser uma tatuadora!
1. Quando você começou a aprender a tatuar?
Comecei bem jovem, por influência do meu pai, que é um dos tatuadores mais antigos da Bahia, o Bingha. Mas por conta de escola e faculdade, a tatuagem era ainda um hobby. Quando eu me formei na faculdade de artes plásticas, comecei a trabalhar seriamente com isso. Meu pai sempre quis que eu seguisse a sua carreira! Eu e meu irmão mais velho somos tatuadores, eu trabalho com meu pai no studio aqui na Bahia e meu irmão trabalha num studio na Suíça.
2. A gente sabe que pra tatuar é preciso prática. O que você achou mais difícil?
O mais difícil pra mim foi adquirir confiança pra executar qualquer trabalho que o cliente pedir. No inicio a gente sempre fica com medo de iniciar um trabalho elaborado e não obter o resultado esperado. No começo da minha carreira eu sempre dispensava trabalhos muito complicados com medo de não conseguir executar. Com o tempo a gente percebe que não há nada que não possa ser feito!
3. Ser mulher te atrapalhou ou ajudou em algo?
Quase 70% da minha base de clientes é formada por mulheres. Hoje em dia as meninas me procuram para fazer trabalhos delicados e femininos, e também para que eu sugira desenhos e locais que fiquem bonitos na pele feminina. Tentei usar o fato de ser mulher ao meu favor, já que a maioria dos tatuadores homens têm preferencia por fazer trabalhos em tribal e coisas grandes e tradicionais. Meu trabalho se diferencia pelo traço fino e delicado, pelos meus desenhos diferenciados, e as mulheres gostam de ser atendidas por alguem que realmente entende o que elas querem!
4. A tatuagem sempre esteve presente em sua vida, você pensou em não seguir esse ramo alguma vez?
Pensei em seguir a carreira de moda por um tempo, tive uma marca de roupas e acessórios por alguns anos. Mas aos poucos fui vendo que, trabalhando no ramo da tatuagem, eu ajudaria a minha família a desenvolver o negócio e ainda poderia ser eu mesma.
5. Qual a tatuagem mais doida que você já fez?
As pessoas na Bahia geralmente não tem ideias muito loucas, as pessoas preferem os motivos e lugares tradicionais. Mas já tatuei uma seta no dedo médio de um cara, e os números 4:20 no dedo de outro.
6. Que dicas você daria a quem está começando a aprender a tatuar agora?
Desenhe. Muito. Todos os dias.
7. Quantas tatuagens você tem? Tem alguma em especial?
Acho que umas 16. Sempre perco as contas!!!
8. Você já teve algum cliente que se arrependeu da tatuagem?
Até hoje isso não aconteceu comigo, espero que nunca aconteça!!!
9. Quais são os tatuadores que você se inspira?
Rachel Baldwin, Emily Rose Murray, Jessica Wright, Erin Chance, Carlos Torres, meu pai, tantos outros!
10. Tem alguma tatuagem em vista? O que?
Tenho muitas tattoos em vista! Quero tatuar um lobo abaixo do joelho e um navio pirata na coxa, esses são os primeiros da fila! Mas só vou fazer depois do verão.
11. O que a tatuagem já lhe proporcionou na vida?
Hoje não consigo me ver trabalhando com outra coisa. A tatuagem faz parte da minha vida e da minha família desde o início, então ela me proporcionou tudo!
